quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

LEWIS CARROLL, ALICE, LÓGICA E A RAINHA DE INGLATERRA



Charles Lutwidge Dogson, nasceu em Daresbury - Cheshire (1832), e morreu em 1898. Foi matemático, lógico, fotógrafo e romancista. O seu interesse pela lógica matemática e pelos jogos lógicos (“Não há homens mais inteligentes do que aqueles que são capazes de inventar jogos”, dizia Leibniz), levou-o a publicar diversos livros sobre lógica, entre os quais se destacam The Game of Logic (1887) e Symbolic Logic (1896). Ficou famoso quando publicou Alice in Wonderland (1865). C. Dodgson adopta então o pseudónimo de Lewis Carroll para as obras literárias e reserva o seu verdadeiro nome para as obras científicas. Depois do sucesso de Alice in Wonderland, escreveu Through de Looking Glass (1871), que alcançou tanto sucesso como o primeiro. Seguiram-se-lhe: The Hunting of Snark (1876) uma poesia plena de nonsense na qual Lewis revela o gosto pelo absurdo e pelo paradoxo (refira-se que, em 1895, publicou na revista "Mind" um artigo sobre um paradoxo que viria a ser conhecido como "O Paradoxo de Carroll" - What the Tortoise said to Achilles) e Sylvie and Bruno (1889).
Conta-se que a Rainha Vitória, tendo gostado bastante dos livros Alice e Alice do Outro Lado do Espelho, solicitou a sua presença e perguntou-lhe se escrevera outros livros. Depois da resposta afirmativa a rainha terá dito: Quero ler todos! Mande-me um exemplar de cada um deles. No dia seguinte chegaram ao Palácio de Buckingham todos os tratados de Matemática escritos até essa altura por Charles Lutwidge Dogson, professor de Matemática…
Nos livros sobre Alice é manifesto o gosto de Lewis Carroll pelo absurdo, pelo raciocínio lógico e pela equivocidade da linguagem, que serve, todos o sabemos, para cortejar as mulheres e para nos enganarmos alegremente uns aos outros.


- Eu digo o que quero dizer – replicou prontamente Alice – Pelo menos quero dizer o que digo ... É a mesma coisa, claro!
- Não é nada a mesma coisa! – respondeu o Chapeleiro. Se fosse a mesma coisa, podias dizer que "eu vejo o que como" é a mesma coisa que "eu como o que vejo".
- E podia afirmar – juntou a lebre de Março – que ''gosto daquilo que tenho" é a mesma coisa que "tenho aquilo de que gosto"...


Toma mais um pouco de chá – disse a lebre de Março para Alice, e com muita convicção.
- Se eu ainda não tomei nenhum chá... – respondeu Alice ofendida – Por isso como posso tomar mais?
- O que tu queres dizer é que não podes tomar menos - afirmou o Chapeleiro - mas podes muito bem tomar mais do que nenhum.


Lewis Carroll - Alice in Wonderland

Sem comentários:

Enviar um comentário