quarta-feira, 15 de junho de 2011
A Crise Grega e a Farmácia de Platão
Se é verdade que a filosofia fala grego clássico, disse-o Heidegger , a economia começou a falar grego moderno ou, para sermos mais rigorosos, começou a gritá-lo nas praças e ruas de Atenas e de outras cidades gregas. O austeritarismo draconiano imposto pelo FMI e pela União Europeia assemelha-se, paulatinamente, a uma espécie de encarniçamento terapêutico que ameaça matar o paciente, contagiar os outros PIGS e impor a instante questão (a única questão a que importa responder, segundo alguns): o euro é para acabar ou reformar ?
Num texto canónico do maneirismo desconstrucionista - La Pharmacie de Platon -, Derrida traça as constelações semânticas da palavra pharmakon nos diálogos platónicos, e desse traço hermenêutico relevou os sentidos que Platão, hoje redivivo, aplicaria também ao Plano Grego e às políticas de austeridade prometidas pelo Governo do primeiro-ministro George Papandreou: pharmakon - remédio, veneno, a cura, a doença e a sua causa.
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