sábado, 27 de outubro de 2012

Prof.



Um não sabe a diferença entre uma linha vertical e uma linha horizontal. A deslado, um outro tenteia a leitura em ritmo muito abaixo do intervalo médio esperado para o seu nível de escolaridade e omite, troca e aduz letras, em passinhar fonético extenuante. São um sobejo de gente com dezasseis, dezassete anos, para o qual a escola é uma prisão e o mau comportamento a rebelião possível, a evasão infrene (todos os lugares podem ser prisões se não desejarmos lá estar, dizia Epicteto).
Daniel Pennac diria que nunca descobrirão as bem-aventuranças da leitura, graças à qual o esforço devém um prazer. Nunca lerão como acto de resistência, recusa e oposição. Nunca lerão contra e não saberão resistir aos liames das contingências. Quais? Todas, escreve Pennac:
- Sociais
- Profissionais
- Psicológicas;
- Afectivas;
- Climáticas;
- Familiares;
- Domésticas;
- Gregárias;
- Patológicas;
- Pecuniárias;
- Ideológicas;
- Culturais;
- Umbilicais.
Porque, como diz o autor de Comme un Roman, a leitura bem-feita salva de tudo, inclusive de nós próprios.

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