Žižek escreveu que um dos elementos-chave do nosso
fascínio pelo reino animal é representado pelos seus rituais nupciais
perfeitamente regulados: os animais não precisam de se preocupar com todas as
fantasias e estimulações complexas que o desejo sexual requer porque,
escreve Žižek citando Gérard Wajcman, são capazes de uma relação
sexual sem história, sem linguagem, sem literatura. O mundo animal do documentarismo natural realizou o
sonho humano do sexo sem história nem histórias (sem mythos, diria
Aristóteles; sem plot, dirão os narratólogos), e essa pode ser a
razão suficiente para pegar no comando, zarpar, passar pelo canal Playboy como
cão por vinha vindimada, e abicar ao National Geographic.
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