A rede social Facebook ultrapassou mil milhões de
utilizadores. Uma rede que, tomando de empréstimo, desabusadamente, o título de um livro famoso
de Erving Goffman, induz uma espécie de apresentação
do eu na vida quotidiana em que o aparecer expressivo de cada persona coloca as momentosas questões
sobre o respeito da vida privada e o uso e abuso dos dados pessoais.
A revista
Philosophie de Outubro invoca a sageza suspicaz do Discours de la Servitude Volontaire e coloca La Boétie a
interpelar esse universo multitudinário:
Esse que tanto vos humilha tem só
dois olhos e duas mãos, tem um só corpo e nada possui que o mais ínfimo entre
os ínfimos habitantes das vossas cidades não possua também; uma só coisa ele
tem mais do que vós e é o poder de vos destruir, poder que vós lhe concedestes.
Onde iria ele buscar os olhos com que vos espia se vós não lhos désseis?
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