"O ministro da Educação defendeu segunda-feira em Ovar que, para ser dispensada mais austeridade no Orçamento do Estado para 2014 e ainda pagar a dívida total do Estado, todos os portugueses teriam que "trabalhar um ano sem comer".
Quando publicou o livro
O Eduquês em Discurso Directo - Uma Crítica
da Pedagogia Romântica e Construtivista, Nuno Crato era uma personagem empática
que pontificava em entrevistas e opiniosos programas de televisão, polemizando
abonde sobre o universo da educação e do sistema educativo, verberando a
ausência de exames e de avaliação externa das escolas, zurzindo no facilitismo
generalizado - induzido, segundo Crato, pelos excessos ideológicos das
pedagogias românticas e construtivistas reinantes. Ao tempo, acolitava ao
tremendismo Fulfilled Prophecy de
Medina Carreira, mas mantinha o perfil compósito de um técnico, embora com a
vocação pronto-a-pensar de um doxólogo. Mas Crato mudou e
transfigurou-se no ideólogo zelota do governo, quis implodir o ministério da
educação, e é agora o responsável pela comissão liquidatária da escola pública
e o autor material de alguns petardos retóricos que desdoiram a reputação
rigorista de um ministro empático, catedrático, matemático. Ai desdoiram,
desdoiram!
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