quinta-feira, 7 de novembro de 2013

O século de Sartre? O escutismo de Camus?


A propósito do centenário de Albert Camus, no jornal i, Bruno Vieira Amaral replica a ideia de que Camus já sofreu várias tentativas de diminuição pública, mormente o apoucamento dos seus méritos filosóficos e literários e a crítica ao seu vezo moralizante. Fê-lo, inculpe, Susan Sontag ao afirmar que não há em Camus nem arte nem pensamento de altíssima qualidade, fá-lo-iam muitos outros ao longo do século passado, o Siécle de Sartre, de acordo com o livro que Bernard-Henri Lévy escreveu sobre o seu quase antípoda intelectual. Os ecos da disputa ainda reboam por aí com tal sonido que, não há muito tempo, no festejado Dictionnaire Égoïste De La Littérature Française, Charles Dantzing condoía-se por ser usual não haver mais moderados como Voltaire, e visava os ensaios morais de Camus por serem banais (O Mito de Sísifo, O Primeiro Homem), insuportavelmente pedagógicos, e lembrarem um certo escutismo intelectual. O homem vive, portanto.

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