A propósito do centenário de
Albert Camus, no jornal i, Bruno Vieira Amaral replica a ideia de que Camus já
sofreu várias tentativas de diminuição pública, mormente o apoucamento dos seus
méritos filosóficos e literários e a crítica ao seu vezo moralizante. Fê-lo,
inculpe, Susan Sontag ao afirmar que não
há em Camus nem arte nem pensamento de altíssima qualidade, fá-lo-iam
muitos outros ao longo do século passado, o
Siécle de Sartre, de acordo com o livro que Bernard-Henri Lévy escreveu
sobre o seu quase antípoda intelectual. Os ecos da disputa ainda reboam por aí
com tal sonido que, não há muito tempo, no festejado Dictionnaire Égoïste De La Littérature Française, Charles Dantzing
condoía-se por ser usual não haver mais moderados como Voltaire, e visava os
ensaios morais de Camus por serem banais (O
Mito de Sísifo, O Primeiro Homem),
insuportavelmente pedagógicos, e lembrarem um certo escutismo intelectual. O homem vive, portanto.
Sem comentários:
Enviar um comentário