Os topoi do discurso autopunitivo dos
professores é extenso e consabido: à turma de malandrins ranhosos indisciplinável,
que acha que todos os lugares são prisões
se lá não desejamos estar, não é imputável o caos da aula, mas sim a mim, e
ai de mim, professor inepto, que não domino a arte de amestrar bestiagas; à
turma de malandrins ronhosos, aos quais até um parágrafozinho de letra cursiva
enfada, não é imputável a incuriosidade, mas sim a mim, e ai de mim, professor
inábil, que os não sabe motivar.
Ora, meus amigos, em
verdade vos digo: há dias em que não podendo despedi-los com o remoque
terminativo do padre Serrão do Aquilino - Outra
vida, amigo, outra vida! Nesta derrancas-me o sangue, gastas o baguinho a teu
pai e ficas burro como dantes –, sinto-me como um Cristo apócrifo perante o paralítico a gritar: levanta-te e anda! Levanta-te
e anda!
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