Não direi como Borges que
el fútbol es uno de los mayores crímenes
de Inglaterra (o autor argentino escreveu com Adolfo Bioy Casares um conto
sobre a natureza delusória do futebol, intitulado berkleyanamente Esse Est Percipi), mas o enfartamento de
nacionalismo hinologista e patrioteiro associado ao campeonato do mundo faz-me
mal ao esprit de finesse, e, como
diria o Borges, el nacionalismo sólo
permite afirmaciones y, toda doctrina que descarte la duda, la negación, es una
forma de fanatismo y estupidez. Ora nem mais! Mas depois do amargor deste
sentimento fricativo que o Borges e eu temos pelo futebol e pelos nacionalismos,
gostaria de vos falar de um sentimento mais jovial.
Vão perdoar-me, mas é
que depois de me lembrar deste texto do Henrique Raposo, ontem publicado no
Expresso Diário, e do Victor Gaspar no
regaço de Herr Schäuble, em Maio de 2013, afirmo desde já para memória
futura que, se a Argentina ganhar à Alemanha, serei acometido por uma alegria
breve e animosa, para a qual os alemães, aliás, têm o vocábulo exacto - Schadenfreude. Raposo e Schäuble - 0/Borges
– 1.
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