sábado, 31 de janeiro de 2015

Acabei de ouvir um prêt-à-penser da economia a dizer que os gregos vergarão a cerviz à racionalidade da folha de Excel e lembrei-me que a excelsa razão da folha de Excel também obra na escola

Acabei de ouvir um prêt-à-penser da economia a dizer que os gregos vergarão a cerviz à racionalidade da folha de Excel, e lembrei-me que a excelsa razão da folha de Excel também obra na escola. Depois da ponderação de muitos alinhamentos e desalinhamentos numéricos, pontilhismos digitais vários (números à procura de um guião), e apesar dos cortes previstos de 700 milhões de euros, o melhorismo estatístico grassa e fede a bafio ideológico, levando as escolas e professores a desentranharem-se em abnóxios planos de melhoria, que obedecem sempre à racionalidade excelente da folha de Excel: mais com menos, mais por menos. Enquanto nos outros ministérios sociais - Segurança Social e Saúde - se começa a morrer à míngua, o universo escolar é o universo miraculado da engenharia social possível  e da prestidigitação numérica: cabe sempre mais um (aluno), sobra sempre mais um (professor). 

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