É também esta a tragédia da Estatística: podemos morrer
afogados num lago com um metro de profundidade média. Olho para os valores do
tempo despendido a ensinar e o tempo a gerir conflitos nas salas de aula
portuguesas e entra-me água nos pulmões. Há por aí turmas, sobretudo nos cursos
profissionais e vocacionais, onde se passa 75% do tempo a gerir conflitos e 15%
a ensinar. Depois há os pais hostis, que vêem a escola como território inimigo
a conquistar e submeter, e o alheamento pedagógico da gestão escolar, para a
qual o cargo directivo é, não raras vezes, a deserção possível do campo de
batalha da sala de aula. Atenção!, a escola é uma arma de depressão maciça, mas
a estatística, o amor do pontilhismo numérico, "cobre uma multidão de
pecados".
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