Como lembrava alguém
recentemente, a grande maioria dos encarregados de educação que agora apregoam
o direito à "school choice" não são verdadeiros liberais. Se fossem,
pugnariam pela generalização do cheque-ensino e cuidariam de saber da absoluta
lisura e igualdade de oportunidades na admissão em todas as escolas privadas. O
problema é que, do ponto de vista de muitos destes pais, a atractividade dos
colégios reside, justamente, na sua natureza selecta, nas constrições impostas
na admissão dos seus alunos, e na cultura de escol que vigora em muitas deles:
procura-se uma educação de excelência, mas, mais importante do que isso,
procura-se um regime de excepção e de diferenciação ( no qual conhecer as
pessoas certas numa ambiência reservada não é de somenos importância ), que
garanta e promova uma espécie alpinismo social.
A escritora Agustina
Bessa Luís escreveu sobre "os colégios que são para o resto da vida como
um cartão de visita", e sabia, e como sabia!, que quem os escolhe não tem
em grande apreço o liberalismo.
Nem mais.
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