quarta-feira, 19 de outubro de 2016

O misógino de Cícero padece de uma enfermidade que procede da coisa que teme e atrai.

O misógino de Cícero padece de uma enfermidade que procede da coisa que teme e atrai. E é de tal modo assim que Cesare Pavese, varado por dor erótica crudelíssima, escreveu no seu diário "O Ofício de Viver": "As mulheres mentem, mentem sempre e custe o custe o custar. E não é de admirar: a mentira está contida nos seus próprios genitais. Quem é que alguma vez saberá quando é que uma mulher gozou." Na ocasião, era de Abelardo a máxima de Pavese: duvidando, chegamos à verdade.





domingo, 16 de outubro de 2016

Um dia uma mulher, talvez extasiada pela sageza sibilina de Agustina em alguma entrevista televisiva, abordou-a na rua e disse-lhe que gostava tanto dela "que um dia ainda lia um livro seu"

De um amigo meu nos 94 anos de Agustina:
"Como um vade mecum literário para ler o mundo dos homens quando os não percebo, guardo dezenas de citações manuscritas dos romances de Agustina. Leio-as sempre com o espanto renovado de quem vê eclodir um ovo, isto é, a aparição de uma sabedoria natural primigénita. Sem a paciência do conceito ou a motilidade do argumento, os livros de Agustina estão pejados da sabedoria do concreto a que só a literatura acede, sem academia ou sistema.
Um dia uma mulher, talvez extasiada pela sageza sibilina de Agustina em alguma entrevista televisiva, abordou-a na rua e disse-lhe que gostava tanto dela "que um dia ainda lia um livro seu". Se o leu, tornou-se mais sabedora, porque, glosando uma dessas citações, o que Agustina sabe dá para arrasar montanhas."




Puta que pariu a literariedade!

Hey, Mr. Tambourine Man!
Alegraram-se os salmistas, Homero e Safo, os troubadours da langue d'oc e os poetas isabelinos, os letristas e os compositores do American Songbook e o Alex Ross. Mas os zelotas da literariedade, não! Puta que pariu a literariedade!

Sheffield's classical music


Há a classical music, a america's classical music e, por estranho que pareça, também há a Sheffield's classical music. Música seriíssima.

Quando se trata de ciência da reprodução humana e de sexo, estamos falados: vale tudo.

Quando se trata de ciência da reprodução humana e de sexo, estamos falados: vale tudo. Quanto à ciência, Arthur C. Clarke, nas suas leis sobre os limites do "possível tecnológico”, afirma que “o único caminho para desvendar os limites do possível é aventurar-se além dele”, e que “qualquer tecnologia suficientemente avançada é indistinguível da magia”. Quanto ao sexo, sabemo-lo, “vale tudo, menos legumes”, como diz (?!) uma personagem do Luís Fernando Veríssimo que perdeu a namorada porque lhe disse que “o seu limite era o pepino” (e davam-se tão bem – “ela também era do coral da igreja”). Glosando o autor do “ABC do Amor”, “eu acho que o sexo é uma coisa muito bonita entre duas pessoas”. Entre três, “então, é fantástico!” (mesmo que a única coisa a trocar seja assexuado material genético).

O melhor Kit do desquite


O melhor Kit do desquite. Ninguém prestidigita tão bem como o B. Fachada.

Estudando o Samba


Toda a gente sabe a história do disco de Tom Zé que, editado em 1976, viveu na "clandestinidade" mais de uma década e só foi dado a ouvir aos brasileiros e ao mundo por David Byrne no final da década de 80. Ainda há gente perplexa, em estado catatónico e estupor musical. Não é caso para menos.