domingo, 16 de outubro de 2016

Um dia uma mulher, talvez extasiada pela sageza sibilina de Agustina em alguma entrevista televisiva, abordou-a na rua e disse-lhe que gostava tanto dela "que um dia ainda lia um livro seu"

De um amigo meu nos 94 anos de Agustina:
"Como um vade mecum literário para ler o mundo dos homens quando os não percebo, guardo dezenas de citações manuscritas dos romances de Agustina. Leio-as sempre com o espanto renovado de quem vê eclodir um ovo, isto é, a aparição de uma sabedoria natural primigénita. Sem a paciência do conceito ou a motilidade do argumento, os livros de Agustina estão pejados da sabedoria do concreto a que só a literatura acede, sem academia ou sistema.
Um dia uma mulher, talvez extasiada pela sageza sibilina de Agustina em alguma entrevista televisiva, abordou-a na rua e disse-lhe que gostava tanto dela "que um dia ainda lia um livro seu". Se o leu, tornou-se mais sabedora, porque, glosando uma dessas citações, o que Agustina sabe dá para arrasar montanhas."




5 comentários:

  1. "... o que Agustina sabe dá para arrasar montanhas" -- nem mais. Uma mulher que, tal como a Yourcenar ou a Duras, sabia muitas coisas.

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    1. Grande verdade, Carlos! E quem as lê hoje em dia?! Abraço.

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    2. Quem não as lê é que fica a perder! Abraço.

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  2. O único ser mais inteligente que o homem é a mulher.
    Aqueles que duvidam disto vêm em terceiro lugar.
    ( Georges Najjar Jr - "desaforismos" )

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  3. O único ser mais inteligente que o homem é a mulher.
    Aqueles que duvidam disto vêm em terceiro lugar.
    ( Georges Najjar Jr - "desaforismos" )

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