quinta-feira, 7 de janeiro de 2010


LITERATURA, ANALÍTICOS E CONTINENTAIS

De Sensu et Sensibilibus, de Aristóteles, remonta a 350 A.C. Em 1811 Jane Austen, em deriva citacional consabida, publicou Sense and Sensibility. Uma boa parte das novelas de Austen revela um profundo interesse epistemológico e a sua vis romanesca pode ser entendida como “ adventures in modes of knowing”. Os pensadores 68, em França, criaram “a new style of philosophical exposition” e aproximaram-se – perigosamente, dirá a filosofia analítica – da literatura, reinventando textualmente o escritor-filósofo do século XVIII. Pace Kristeva, Pace Foulcaut, Pace Barthes, Pace Derrida!
Stanley Cavell, filósofo americano polímato, considera que a tradição anglo-americana concebe a filosofia como um conjunto de problemas para serem resolvidas, enquanto a tradição continental a filosofia como um conjunto de textos para serem lidos: “The continental wants to be seen wrestling with a canon, while the analytic wants to be seen wrestling with a question”.
Os filósofos continentais tentam escrever como se tivessem lido tudo. Os filósofos analíticos tentam escrever como se não tivessem lido nada.

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