quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Hegel e a Oração Diária do Homem Moderno



Santo Anselmo acreditava numa fé "iluminada" pelo intelecto (Fides Quaerens Intellectum), e o diálogo agónico entre Fé e Razão, Religião e Ciência - actualizado presentemente pelo pastor alemão Bento XVI - sempre foi um topos dilecto e dialéctico do discurso teológico. Mas o naturalismo da ciência moderna, depois de expulsar Deus do Cosmos, tinha remetido a sua presuntiva existência para a antecâmara do Big Bang. Mas, contrariamente à razão teológica, a razão científica sempre fez profissão de fé no credo Occamiano, que diz "não devermos multiplicar as entidades para além do necessário" (entia non sunt multiplicanda praeter necessitatem), e a parcimoniosa navalha de Occam até do grau zero do espaço-tempo o desalojou. Ei-lo agora na Imprensa, lugar onde o verosímil é mais verdadeiro do que o real.

Os Evangelhos e a Teologia trouxeram a Boa Nova, mas a “oração diária do homem moderno” – a leitura do jornal, (pace,Hegel!) – acabaria por trazer a Má. Finalmente esclarecido o mais gritante caso de ausência e absent(e)ismo na História Natural. Ponto final? Reticências?

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