terça-feira, 28 de junho de 2011

Stephen Ball e os Terrores da Performatividade



A Mitologia subjectivou-se, e a heroicidade revela-se hoje num eu performativo inscrito nas diversas esferas da existência social. O culto do indivíduo sobreactivo, que forceja insanamente para maximizar todas as suas performances na profissão, na forma física, no sexo, no consumo, no envelhecimento (nas sociedades hipermodernas de horror à senescência, envelhecer é a performance por excelência) faz parte do sincretismo ideológico hodierno. Liptovesky já escreveu bastamente sobre a cultura da performance, da superação e da excelência - todos estimulados, todos determinados a ser competitivos, a correr riscos, a chegar ao topo –, mas foi Stephen Ball quem melhor descreveu os terrores da performatividade do moderno homo docens – o professor: relatórios atrás de relatórios, actas atrás de actas, justificações atrás de justificações, avaliações atrás de avaliações, evidências atrás de evidências.

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