sábado, 8 de outubro de 2011

SeX Files - Sexo e Biopolítica Para Principiantes


Michel Foucault utilizou o termo "Biopolítica" para designar os dispositivos modernos que incluíram a “população”, enquanto categoria biológica, no âmbito dos cálculos explícitos levados a cabo pelo poder económico e político. Escreveu Foucault que “no âmago deste problema económico e político da população está o sexo: é preciso analisar a taxa de natalidade, a idade do casamento, os nascimentos legítimos e ilegítimos, a precocidade e a frequência das relações sexuais, a maneira de as tornar fecundas ou estéreis, o efeito do celibato ou dos interditos, a incidência das práticas contraceptivas”. O corpo erótico-sexual, energeia primigénita e força produtiva, é uma realidade biopolítica a gerir, porque «o controlo da sociedade sobre os indivíduos não se efectua somente pela consciência ou pelo ideológico, mas também pelo corpo e com o corpo.”
A inclusão da educação para a saúde e da educação sexual nas escolas, com o seu aparato legislativo e discursivo - pejado do locus amoenus dos "afectos" e sonegador do locus terribilis do prazer - cumpre, malgrado a inépcia, este intento. A sua ilusória neutralidade judicativa e valorativa relê Foucault: “O sexo não somente se julga, administra-se.”

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