
No Dicionário do Diabo, o bitter Bierce escreveu aquilo que o gentio já sabia per saecula seculorum: o trabalho é um dos processos através dos quais A cria riqueza para B. A definição é sinistramente marxista e remete para a teoria do sobretrabalho como exploração e alienação. Mas depois de ouvir o ministro Álvaro Pereira e o patrão da Confederação da Indústria Portuguesa a perorarem em uníssono sobre o aumento do horário de trabalho, depois de sopesar a panelinha e a carga fiscal imposta pelo sujeito C, o Estado, pensei: Ó dianho, Bierce! Afinal o trabalho é um dos processos através dos quais A cria a riqueza para B pagar as dívidas de C.
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