quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Economia da salvação


A economia da salvação do ethos protestante (da virtude laboriosa à beatitude graciosa), dizia  Dahrendorf, teria deixado há muito de ser tão útil como costumava ser. Sem o hedonismo das massas – sem as pessoas a consumir antes de perceberem se ganharam o que gastam – a economia moderna ficaria num estado de depressão permanente. Os antigos valores da satisfação adiada da classe média, de poupar hoje para destruir amanhã, cederam o lugar a valores de gratificação antecipada, de gozar a vida hoje e pagar amanhã.
Mas o rigorismo pietista do ethos protestante resmoneia a dívida-culpa (Schuld) e impõe a sua economia da salvação. Economia sempre foi um conceito teológico.

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