A economia da
salvação do ethos protestante (da virtude laboriosa à beatitude graciosa),
dizia Dahrendorf, teria deixado há muito
de ser tão útil como costumava ser. Sem o hedonismo das massas – sem as pessoas
a consumir antes de perceberem se ganharam o que gastam – a economia moderna
ficaria num estado de depressão permanente. Os antigos valores da satisfação
adiada da classe média, de poupar hoje para destruir amanhã, cederam o lugar a
valores de gratificação antecipada, de gozar a vida hoje e pagar amanhã.
Mas o rigorismo pietista do ethos protestante resmoneia a
dívida-culpa (Schuld) e impõe a sua economia da salvação. Economia sempre foi
um conceito teológico.
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