A revista Visão apresentou-o à gataria filosófica
portuguesa: É preto. Não toca piano. Fala francês com sotaque americano. Mas nós sabemos mais. Passeou-se
felinamente por lucarnas e águas-furtadas de Saint-Germain-des-Prés e terá, no Tabou, ouvido o ron ron filosofante de Sartre e Camus e as canções
de Juliette Gréco. Politicamente, é um Realista Depressivo; filosoficamente, um Existencialista Animalista, isto é, alguém para quem o Existencialismo não é um Humanismo e que combina a glosa dos topoi
conceptuais deste movimento filosófico (o absurdo, a angústia, a liberdade, o tédio, a
náusea) com a acerada crítica especista do sapiens
sapiens. Felis silvestris catus,
como Garfield, não professa, porém, as suas simpatias filosóficas para com a
escola canídea dos cínicos, com a qual mantém, aliás, uma mordaz disputa
intelectual. Le voilá: Henri, le chat
noir.
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