sábado, 29 de dezembro de 2012

Henri, le chat noir/ O Existencialismo não é um Humanismo


A revista Visão apresentou-o à gataria filosófica portuguesa: É preto. Não toca piano. Fala francês com sotaque americano. Mas nós sabemos mais. Passeou-se felinamente por lucarnas e águas-furtadas de Saint-Germain-des-Prés e terá, no Tabou, ouvido o ron ron filosofante de Sartre e Camus e as canções de Juliette Gréco. Politicamente, é um Realista Depressivo; filosoficamente, um Existencialista Animalista, isto é, alguém para quem o Existencialismo não é um Humanismo e que combina a glosa dos topoi conceptuais deste movimento filosófico (o absurdo, a angústia, a liberdade, o tédio, a náusea) com a acerada crítica especista do sapiens sapiens. Felis silvestris catus, como Garfield, não professa, porém, as suas simpatias filosóficas para com a escola canídea dos cínicos, com a qual mantém, aliás, uma mordaz disputa intelectual. Le voilá: Henri, le chat noir.

Sem comentários:

Enviar um comentário