Nas Escrituras, no
grego e no hebraico, Deus é linguisticamente masculino, mas Kristina Schröder,
Ministra da Família e da Juventude alemã, propôs aos alemães a neutralização ontológica, gramatical e
sexual da divindade. Assim, em vez do artigo masculino der (der Gott) propõe o
neutro das (das Gott), suscitando uma enquistada reacção sobre a Teologias Feministas
e o politicamente correcto, aplicado à tradução e recepção das escrituras
sagradas (questão renitente e pendular, pois já em 2006 fora publicada na Alemanha a
Bibel in gerechter Sprache - qualquer
coisa como Bíblia em Linguagem mais Justa – em que as questões do género estiveram omnipresentes).
É verdade que, no livro
de Isaías, Deus quase se efemina - mas agora grito, como mulher nas dores do
parto (43:14) -, mas, a crer em Joseph Ratzinger, a imagem do pai era e é adequada para exprimir a alteridade entre
Criador e criatura, a soberania do acto criador. Somente por meio da exclusão
das divindades maternas podia o Antigo Testamento levar à maturidade a sua
imagem de Deus, a pura transcendência de Deus.
A questão é: assim
neutralizado, continuará a sua história a ser um caso de ventura narrativa?
Desde o Anjo Azul que sabemos que os anjos são
feminis e, portanto, a vexata quaestio
sobre o sexo dos anjos volveu-se, num comenos, na questão sobre o género de
Deus. Mas, cá para mim, Kristina Schröder tem cara de anjo mau.
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