quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Prof.


Alhures, uma escola do norte, famílias desestruturadas, inaptas (tradução do idiolecto: pobres, miseráveis, ignaras), alunos com algumas especificidades em termos de comportamento (tradução do idiolecto: mal-educados, violentos, pré-delinquentes), um aluno enfuriado, um pequeno intermezzo de violência: colega e professor agredido, um vigilante cardíaco morto na tentativa de suster o irreparável, um vereador da educação opinioso a pipilar  que a agressão ao elemento da direcção foi desagradável.
Tudo isto é ordem do irreparável, e o irreparável, diria Agamben, é que as coisas sejam assim como elas são, dessa maneira ou de uma outra, entregues sem remédio à sua maneira de ser. É irreparável o facto da família ser inapta, o comportamento, o coração irreparável, o paleio adoçado do camarista.
Reuniões intercalares: ponto único: reparar o irreparável.

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