No High Fidelity, Nick
Hornby coloca Bob Flemming, personagem com uma vida tumultuada pelo ordálio do
sexo e do desejo, a idear as seguintes perguntas para fazer ao pai: Pai, alguma vez tiveste de te preocupar com
o orgasmo feminino tanto na sua forma clitoriana ou na sua (possivelmente
mítica) forma vaginal? Sabes verdadeiramente o que é o orgasmo? E o ponto G? O
que é que significava “ser bom na cama” em 1955, se é que significava alguma
coisa? Quando é que o sexo oral foi importado para a Grã-Bretanha? Tens inveja
da minha vida sexual, ou parece-te tudo uma carga de trabalhos? Alguma vez te
preocupaste com o tempo que te aguentavas, ou não pensavas nesse tipo de coisas
na altura? Não estás contente por nunca teres tido de comprar livros de comida
vegetariana como primeiro passo para saltar para cima de alguém? Não estás
contente por nunca teres precisado de ouvir “Tu podes ser óptimo, mas limpas a
sanita?”
A crer em Platão,
chegado aos oitenta Sófocles regozijou-se por se ter quitado da servidão raivosa e selvagem ao negro Eros. Depois
tornou-se senhor de si e morreu.
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