domingo, 27 de outubro de 2013

Subiu aos céus e está sentado à direita


Houve tempos em que D. José Policarpo não gostava do profanum vulgus a desfilar, e achava que as manifestações são uma corrosão da harmonia democrática. Ao fazer uso da sabedoria prudencial longeva da Igreja, julgava apartar o político do religioso e acreditava não meter prego nem estopa nos conflitos que lavravam na sociedade portuguesa. Dobadas algumas semanas e meses, apeado D. José da cadeira do patriarcado e ainda não sentado à destra do pai, mas sentado deveras à direita, e eis que vem zurzir em todas as oposições que não apresentam soluções. Outrora, Policarpo fazia a useira e vezeira má política do quietismo ideológico religioso - a igreja não faz política, cumplicia com ela; a igreja não brada e contende por justiça, arremeda a caridade (não se dê por caridade o que é devido por justiça) -, agora, Policarpo exprobra com um vade retro as oposições e conclama que só os mansos herdarão a terra

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