Houve tempos em que D.
José Policarpo não gostava do profanum
vulgus a desfilar, e achava que as
manifestações são uma corrosão da harmonia democrática. Ao fazer uso da sabedoria prudencial longeva da
Igreja, julgava apartar o político do religioso e acreditava não meter prego
nem estopa nos conflitos que lavravam na sociedade portuguesa. Dobadas algumas
semanas e meses, apeado D. José da cadeira do patriarcado e ainda não sentado à
destra do pai, mas sentado deveras à direita, e eis que vem zurzir em todas as
oposições que não apresentam soluções.
Outrora, Policarpo fazia a useira e vezeira má política do quietismo ideológico
religioso - a igreja não faz política, cumplicia com ela; a igreja não brada e
contende por justiça, arremeda a caridade (não se dê por caridade o que é
devido por justiça) -, agora, Policarpo expr obra com um vade retro as oposições e conclama que só os mansos herdarão a terra.
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