Relembrar um artigo do
filósofo José Gil na Visão de Março de 2013. Pensar, também, sobre a
aniquilação e devastação que assola a Escola e os professores. Alguns, os que trabalham e ainda conseguem ler e estudar, lê-lo-ão imersos nos terrores da performatividade - relatórios atrás de relatórios,
actas atrás de actas, justificações atrás de justificações, avaliações atrás de
avaliações, formações atrás de formações, exames atrás de exames – e
espantar-se-ão, talvez, com a fereza da palavra massacre. Outros, os contratados, em
paro, estão suspensos do arremedo de um exame que avalie o que já foi ou devia
ter sido avaliado, numa espécie de encarniçamento probatório, e esperam o pior.
Ouçamo-lo:
O
poder destrói o presente individual e colectivo de duas maneiras:
sobrecarregando o sujeito de trabalho, de tarefas inadiáveis, preenchendo
totalmente o tempo diário com obrigações laborais; ou retirando-lhe todo o
trabalho, a capacidade de iniciativa, a possibilidade de investir, empreender,
criar. Esmagando-o com horários de trabalho sobre-humanos ou reduzindo a zero o
seu trabalho.
O
Governo utiliza as duas maneiras com a sua política de austeridade obsessiva:
por exemplo, mata os professores com horas suplementares, imperativos
burocráticos excessivos e incessantes: stresse, depressões, patologias
borderline enchem os gabinetes dos psiquiatras que os acolhem. É o massacre dos
professores.
Mas nós já sabíamos: a
escola é um agente de depressão maciço.
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