sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Prof./A escola é um agente de depressão maciço.

Relembrar um artigo do filósofo José Gil na Visão de Março de 2013. Pensar, também, sobre a aniquilação e devastação que assola a Escola e os professores. Alguns, os que trabalham e ainda conseguem ler e estudar, lê-lo-ão imersos nos terrores da performatividade - relatórios atrás de relatórios, actas atrás de actas, justificações atrás de justificações, avaliações atrás de avaliações, formações atrás de formações, exames atrás de exames – e espantar-se-ão, talvez, com a fereza da palavra massacre. Outros, os contratados, em paro, estão suspensos do arremedo de um exame que avalie o que já foi ou devia ter sido avaliado, numa espécie de encarniçamento probatório, e esperam o pior.
Ouçamo-lo:
O poder destrói o presente individual e colectivo de duas maneiras: sobrecarregando o sujeito de trabalho, de tarefas inadiáveis, preenchendo totalmente o tempo diário com obrigações laborais; ou retirando-lhe todo o trabalho, a capacidade de iniciativa, a possibilidade de investir, empreender, criar. Esmagando-o com horários de trabalho sobre-humanos ou reduzindo a zero o seu trabalho.
O Governo utiliza as duas maneiras com a sua política de austeridade obsessiva: por exemplo, mata os professores com horas suplementares, imperativos burocráticos excessivos e incessantes: stresse, depressões, patologias borderline enchem os gabinetes dos psiquiatras que os acolhem. É o massacre dos professores.

Mas nós já sabíamos: a escola é um agente de depressão maciço.

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