quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Prof./como falar de sexo sem falar de sexo?

De novo. Plano de educação sexual para aplicar no presente ano lectivo. O problema useiro e vezeiro: como falar de sexo sem falar de sexo? A Razão Biológica ou a geleia da Retórica dos Afectos
O negro Eros é pedagogicamente intratável, mas alguém propõe (valha-me Deus! Abrenuncio!): a caixa das perguntas difíceis e anónimas.

No High Fidelity, Nick Hornby coloca Bob Flemming, personagem com uma vida tumultuada pelo ordálio do sexo e do desejo, a idear as seguintes perguntas para fazer ao pai: Pai, alguma vez tiveste de te preocupar com o orgasmo feminino tanto na sua forma clitoriana ou na sua (possivelmente mítica) forma vaginal? Sabes verdadeiramente o que é o orgasmo? E o ponto G? O que é que significava “ser bom na cama” em 1955, se é que significava alguma coisa? Quando é que o sexo oral foi importado para a Grã-Bretanha? Tens inveja da minha vida sexual, ou parece-te tudo uma carga de trabalhos? Alguma vez te preocupaste com o tempo que te aguentavas, ou não pensavas nesse tipo de coisas na altura? Não estás contente por nunca teres tido de comprar livros de comida vegetariana como primeiro passo para saltar para cima de alguém? Não estás contente por nunca teres precisado de ouvir “Tu podes ser óptimo, mas limpas a sanita?”

A crer em Platão, chegado aos oitenta Sófocles regozijou-se por se ter quitado da servidão raivosa e selvagem ao negro Eros. Depois tornou-se senhor de si e morreu.

Sem comentários:

Enviar um comentário