Já aqui foi lembrado
que o politicamente correcto é um passe-partout
pragmo-retórico que, segundo uma novel definição digna do Dicionário do Diabo do Bierce, sustenta a ideia de que é inteiramente possível pegar num pedaço de
merda pelo lado limpo. Ora, mais uma vez, hoc opus, hic labor est, aqui é que a porca torce o rabo... Não é. Não gastemos mais latim e limpe-se este buseiro.
quinta-feira, 22 de maio de 2014
quarta-feira, 21 de maio de 2014
quinta-feira, 15 de maio de 2014
Diário dos Perplexos/Se não é o eterno retorno do fascismo, pode bem ser o diabo por ele...
Numa entrevista dada à Al-Jazeera em 29 de
Outubro de 2011, o psicobolche Slavoj
Žižek (segundo algumas abantesmas, uma combinação pérfida de marxismo e
lacanismo ) constatava ominoso que o casamento
entre o capitalismo e a democracia tinha acabado e que agora tudo estava em aberto. De facto, o que
se entrevê não é resserenador: não se trata da ameaça tremendista e dantesca de
um Führerprinzip, como diz aqui o
António Guerreiro, mas de aniquilação da potência da decisão política como jogo dos possíveis e da inculcação da experiência do
medo na vida activa e inactiva mediante os renascentes microfascismos empresariais e as diligentes políticas de insegurança
social. Se não é o Eterno Retorno do Fascismo,
pode bem ser o diabo por ele.
quarta-feira, 14 de maio de 2014
O conservadorismo explicado só com duas perguntas e um distinguo
Para a
revista Exame, um
aporético João Pereira Coutinho resumiu a diferença entre conservadores e
progressistas em duas perguntas: Os
progressistas, confrontados com uma possibilidade de mudança, perguntam: ‘E por
que não?’ Os conservadores preferem a pergunta inversa: ‘E por que sim?’.
Ora, eu uso de cotio um pequeno vade mecum do Dicionário
do Diabo e, ainda mal lido e
entendido do dilemático perguntar do Coutinho, desembolso-o num fósforo,
compulso-o noutro, e lá está: “Conservador:
um estadista que gosta das coisas más que já existem; por oposição ao Liberal,
que as quer substituir por outras.” Depois de tão ilustre distinguo, fiquei ilustrado.
segunda-feira, 12 de maio de 2014
Some Girls Are Bigger Than Others
O homem já tem a
autobiografia na canónica Penguin
Classics, e aqui, na Brixton Academy, em Dezembro de 86, como se Anthony said to Cleopatra /As he opened a
crate of ale, cantava o verificacionista Some Girls Are Bigger Than Others. Já sabíamos que algumas canções pop (e Bach) podem ajudar pessoas com
lesões cerebrais graves a relembrar memórias pessoais, mas nunca ninguém
escreveu sobre os seus efeitos tóxicos. Enquanto esperamos pelo paper, ouçamo-la pela vigésima quinta
vez.
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