sexta-feira, 1 de agosto de 2014

Mas agora, porra!, depois de desconstruir tudo aquilo a que se chama música popular portuguesa ou lá o que é, como um DerriDada pop music , o Fachada só pode ser ouvido sub specie aeternitatis. Se cá estivesses, ó O'Neill, dirias: “Ó Portugal, se fosses só três sílabas,” serias o Fachada.


Presume-se que a música do B. Fachada começou nos idos de 1143, mais coisa menos coisa, mas a história da música popular é uma ciência do impreciso.
Com Deus, Pátria e Família, e numa suite de vinte minutos em ritmo de ginga lenta ao piano e planares de sintetizador, desconstruiu todas as análises caracterológicas do actual ser português. Com desfaçatez, Fachada escreveu a Arte de Ser Português com a Troika. Em fachadês: (...)Portugal está para acabar/É deixar o cabrão morrer/Sem a pátria para cantar/Sobra um mundo para viver/Chegam flores do estrangeiro/Já escolhemos o coveiro/Por mim é para queimar/Mas não quero exagerar//Não à glória nacional/Não à força não letal/Já não canto sobre amores/Nem me perco no recheio/É que em terra de amadores/Basta ter o pau a meio//Eu não sei português/E que se foda Portugal/Eu canto em fachadês/A minha língua paternal...
Depois o Criôlo era bom, tão bom, que, como dizia o outro, devia ser proibido. Mas agora, porra!, depois de desconstruir tudo aquilo a que se chama música popular portuguesa ou lá o que é, como um DerriDada pop music , o Fachada só pode ser ouvido sub specie aeternitatis. Se cá estivesses, ó O'Neill, dirias: “Ó Portugal, se fosses só três sílabas,” serias o Fachada.

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