Presume-se que a
música do B. Fachada começou nos idos de 1143, mais coisa menos coisa, mas a
história da música popular é uma ciência do impreciso.
Com Deus, Pátria e Família, e numa suite de
vinte minutos em ritmo de ginga lenta ao piano e planares de sintetizador,
desconstruiu todas as análises caracterológicas do actual ser português. Com
desfaçatez, Fachada escreveu a Arte de
Ser Português com a Troika. Em fachadês: (...)Portugal está para acabar/É deixar o cabrão morrer/Sem a pátria
para cantar/Sobra um mundo para viver/Chegam flores do estrangeiro/Já
escolhemos o coveiro/Por mim é para queimar/Mas não quero exagerar//Não à
glória nacional/Não à força não letal/Já não canto sobre amores/Nem me perco no
recheio/É que em terra de amadores/Basta ter o pau a meio//Eu não sei
português/E que se foda Portugal/Eu canto em fachadês/A minha língua
paternal...
Depois o Criôlo era bom, tão bom, que, como dizia
o outro, devia ser proibido. Mas agora, porra!, depois de desconstruir tudo
aquilo a que se chama música popular portuguesa ou lá o que é, como um
DerriDada pop music , o Fachada só pode ser ouvido sub specie aeternitatis. Se cá estivesses, ó O'Neill, dirias: “Ó
Portugal, se fosses só três sílabas,” serias o Fachada.
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