segunda-feira, 29 de setembro de 2014

António Costa e o virgo postiço

A propósito da crise da credibilidade política, e num capítulo epigrafado com uma citação de Juvenal - Difficile est satyram non scribere (É difícil não escrever uma sátira) -, o filósofo alemão Peter Sloterdijk rememora no livro Mobilização Infinita uma singular tradição política romana. Sempre que um cidadão se apresentava como candidato a um cargo público, desfilava pela cidade usando uma toga imaculadamente branca, asseverando assim aos seus concidadãos a condição de «candidus», cândido, isto é, candidatum. O que queriam os candidatos dar a saber? Segundo Sloterdijk, os Candidati desejavam dar a saber que estavam dispostos a perder a sua inocência; eram «as noivas» do princípio da realidade, do sistema de poder, cujo potencial de desfloração é lendário desde o tempo dos Romanos. Ficamos à espera, mas o candidato a primeiro-ministro Costa só lá vai se a Brígida Vaz arranjar um vicentino virgo postiço. 

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