A Mitologia
subjectivou-se, e a heroicidade revela-se hoje num eu performativo inscrito nas diversas esferas da existência social.
O culto do indivíduo sobreactivo, que forceja insanamente para maximizar todas
as suas performances na profissão, na forma física, no sexo, no consumo, no
envelhecimento (nas sociedades hipermodernas de horror à senescência,
envelhecer é a performance por excelência), faz parte do sincretismo ideológico
hodierno. Liptovesky já escreveu bastamente sobre a cultura da performance, da superação e da excelência - todos estimulados, todos determinados a
ser competitivos, a correr riscos, a chegar ao topo –, mas foi Stephen Ball
quem melhor descreveu os terrores da
performatividade do moderno homo
docens – o professor: relatórios atrás de relatórios, actas atrás de actas,
justificações atrás de justificações, avaliações atrás de avaliações, evidências atrás de evidências, exames atrás de exames.
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