Consabidamente atento à
cultura alemã, António Guerreiro cita aqui o poeta e ensaísta Hans Magnus Enzensberger
e o filósofo Peter Sloterterdijk para relembrar que, a par do tropo do sangue e solo, há também uma retórica universalista e a ideia cosmopolítica de uma humanidade supranacional
presente na cultura alemã. Justa interpretação ou erro de perspectiva, a
verdade é que a Alemanha reganhou tal centralidade político-cultural (tê-la-á
perdido algures?) que todos os vindouros caminhos e destinos da Europa e do
Mundo por lá passarão.
Claudio Magris,
germanista devoto e crítico, escreveu no Danúbio
que interrogarmo-nos sobre a Europa
significa, hoje, interrogarmo-nos sobre a nossa própria relação com a Alemanha.
A crise grega e a crise dos refugiados só tornaram mais instante esta
interrogação.
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