Grécia no século XXI
Um destes dias, Rui Bebiano do Terceira Noite citava a ominosa frase de Slavoj Žižek, dita em entrevista dada à Al-Jazeera em 29 de Outubro de 2011:
«O casamento entre o capitalismo e a democracia acabou. (…) Agora tudo está em aberto.» Hoje, referindo-se à possibilidade de M. Papandréou abandonar a ideia de referendo, titulava assim o Blasfémias um post: «Onde não há dinheiro não há vícios». E continuava: «Ou melhor dizendo, sem dinheiro, não há democracia directa que resista…» Há ideias que vão fazendo o seu caminho. Inicialmente, são flatus vocis, mas vão ganhando peso e efectividade. Conta-se que Carlyle, jantando com um homem de negócios que lhe invectivou o idear excessivo, terá respondido: «Houve uma vez um homem chamado Rousseau que escreveu um livro que não continha nada mais senão ideias. A segunda edição foi encadernada com a pele dos que se riram da primeira.»
Cautelas e caldos de galinha nunca fizeram mal a ninguém. Mas não é necessário Žižek profetizar desgraças. Elas estão aí.
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