quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Sex Files/ Até Onde Se Pode Ir?

Um texto recente da blogosfera relembrou-me o jovial Até Onde Se Pode Ir?, no qual David Lodge biografou as vidas eróticas de um grupo de estudantes universitários católicos ingleses, nascidos no pós-guerra, e para os quais a revolução sexual chegou tarde de mais. Nados e desmamados na ortodoxia vaticanista do Catolicismo, rigorista e sexófoba, a via profana do sexo pré-marital, marital, extra-marital, pós-marital, é uma via crucis de temores e ardores, dúvidas e aporias: o que se pode fazer? Quais os limites?

No Mau Tempo no Canal, escreve Nemésio a certa altura que o caminho da castidade é mui árduo e encosta arriba, e Lodge, especialista na efabulação ético-religiosa, faz percorrer as suas personagens metade desse caminho, expondo-as às aporias decorrentes do Concílio Vaticano II e da encíclica Humanae Vitae e romanceando uma das vexatae quaestiones da Igreja – o sexo católico -, sobre a qual, em boa verdade, um certo catolicismo prefere passar como cão por vinha vindimada.

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