domingo, 10 de novembro de 2013

Diário dos perplexos/ Karl Jaspers, Maduros e crenças alucinantes

Na mesma semana em que o Maduro de lá, a braços com uma grave crise socioeconómica que ameaça a revolução de lá, garante ter visto a cara de Hugo Chávez numa parede em Caracas, tendo decretado de supetão o Natal, o Maduro de cá, asinha, asinha, a braços com a mesma crise socioeconómica que ameaça a revolução de cá, decretou o fim iminente da crise com a frase o pior já passou - isto enquanto o miraculado ministro da economia cantava hossanas ao milagre económico em que Portugal vive. 
A convicção em geral, e a convicção política em particular, tem uma natureza alucinatória e delirante consabida, sobretudo nos revolucionários. O psiquiatra e filósofo Karl Jaspers foi o primeiro a definir os critérios nosológicos das crenças delirantes, manifestas agora nestas incorrigíveis dramatis personæ. Uma delas é exactamente a incorrigibilidade: apesar da bizarria, implausibilidade ou inverosimilhança das suas crenças, não há argumentário, evidência empírica ou racional, que lhes inocule um módico de espírito crítico dubitativo. Ou é isto ou estão a mangar connosco.

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