Na mesma semana em que
o Maduro de lá, a braços com uma grave crise socioeconómica que ameaça a revolução
de lá, garante ter visto a cara de Hugo Chávez numa parede em Caracas, tendo
decretado de supetão o Natal, o Maduro de cá, asinha, asinha, a braços com a
mesma crise socioeconómica que ameaça a revolução de cá, decretou o fim
iminente da crise com a frase o pior já
passou - isto enquanto o miraculado ministro da economia cantava hossanas ao
milagre económico em que Portugal vive.
A convicção em geral, e
a convicção política em particular, tem uma natureza alucinatória e delirante
consabida, sobretudo nos revolucionários. O psiquiatra e filósofo Karl Jaspers
foi o primeiro a definir os critérios nosológicos das crenças delirantes, manifestas agora nestas incorrigíveis dramatis personæ.
Uma delas é exactamente a incorrigibilidade: apesar da bizarria,
implausibilidade ou inverosimilhança das suas crenças, não há argumentário,
evidência empírica ou racional, que lhes inocule um módico de espírito crítico
dubitativo. Ou é isto ou estão a mangar connosco.
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