quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Diário dos perplexos/Moral da estória: não há Panteão que não dê em pandemónio.

Os imortais, se imortais houver, não são vestais que façam muito caso do tempo, de modo que levá-los a destempo para o Panteão é cuidado dos mortais com sobejo dele. Depois de Eusébio, só nesta semana foram alvitrados mais dois nomes e já se entrevêem mais ameaços de deificações. Xenofonte, que zurziu abonde no Panteão dos gregos, escreveu que os etíopes diziam que os seus deuses eram de pele escura e possuíam o nariz achatado, os trácios que os seus seriam loiros e de olhos azuis, e, acaso vivesse agora, diria Xenofonte que os dos lusos são brancos e pretos, marcam golos, cantam fados e baladas, fazem revoluções (mas não das orbes celestes). Moral da estória: não há Panteão que não dê em pandemónio.

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