Os imortais, se imortais
houver, não são vestais que façam muito caso do tempo, de modo que levá-los a
destempo para o Panteão é cuidado dos mortais com sobejo dele. Depois de
Eusébio, só nesta semana foram alvitrados mais dois nomes e já se entrevêem
mais ameaços de deificações. Xenofonte, que zurziu abonde no Panteão dos gregos,
escreveu que os etíopes diziam que os seus deuses eram de pele escura e possuíam
o nariz achatado, os trácios que os seus seriam loiros e de olhos azuis, e,
acaso vivesse agora, diria Xenofonte que os dos lusos são brancos e pretos,
marcam golos, cantam fados e baladas, fazem revoluções (mas não das orbes
celestes). Moral da estória: não há Panteão que não dê em pandemónio.
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