A definição é visual e fescenina, mas parece-me clara e tempestiva. Javier Marias definiu a
fidelidade como a constância e a
exclusividade com que um determinado sexo penetra ou é penetrado por outro
igualmente determinado, ou se abstém de ser penetrado ou de penetrar noutros.
A tradição judaico – cristã jungiu sexo e casamento tão estreitamente, que o
primeiro era definido pelo segundo. Tínhamos então a sequente e agónica
progressão erótica: sexo pré-marital, sexo marital, sexo extra-marital.
Tropeçávamos no primeiro, quedávamo-nos no segundo, resvalávamos para o
terceiro. Mas só no último, descobríamos a sageza das palavras de Lord
Chesterfield, escritas em missiva célebre endossada ao seu filho: o prazer é momentâneo, a posição é ridícula,
e o preço a pagar incomportável.
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