terça-feira, 21 de outubro de 2014

Glossário arcaico/O jornal Folha de S. Paulo, que tem cronistas que dão tratos de polé à língua – e assim é que é -, noticiava recentemente a chegada ao Brasil da rapper com corpão voluptuoso, e os leitores perceberam logo. E mesmo que fosse um corpinho, não deixaria de ser um corpão, desde que fosse voluptuoso. Afinal, e bem vistas as coisas com olho gordo, embora não possamos dizer que o bikini da Jessica Athayde seja o bikini do Millôr...

Na pregressa semana, foi a palavra gorda que sobrepairou em paro pela blogosfera. Foi, mas, em bom rigor, não devia ter sido. Teria sido uma semana com mais propriedade se, em vez do fordo vocábulo gorda, a palavra senha tivesse sido voluptuosa - palavra pretensiosa e acima das minhas possibilidades, mas que casa melhor o som e o sentido, o sentido e a coisa. Ou então, ideio eu, o vocábulo planturosa, que não cheira tanto aos sacristas moralistas franceses e tem menor sugestão erótica.
O jornal Folha de S. Paulo, que tem cronistas que dão tratos de polé à língua – e assim é que é -, noticiava recentemente a chegada ao Brasil da rapper com corpão voluptuoso, e os leitores perceberam logo. E mesmo que fosse um corpinho, não deixaria de ser um corpão, desde que fosse voluptuoso. Afinal, e bem vistas as coisas com olho gordo, embora não possamos dizer que o bikini da Jessica Athayde seja o bikini do Millôr, o bikini que começa de repente e acaba subitamente, isto é, num comenos, talvez possamos sugerir sem malícia que o bikini da voluptuosa Athayde demora só um pouco mais.

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