domingo, 5 de abril de 2015

Para que é que um homem de calças precisa de latim?

A este empenho, uma das densíssimas personagens de Nemésio inquiriria: mas para que é que um homem de calças precisa de latim?
Fernando de Bulhões, vulgo santo António, dizia que não é sábio quem sabe mais do que é preciso, mas o saber sobre o que é preciso aprender e ensinar carece de uma reflexão filosófica não trivial, que sobrepuje as orientações políticas liberais do sistema de ensino das democracias (entre as quais o infognosticismo e a lengalenga da ligação às empresas são exemplos risíveis), já que estas menorizam as Letras, mingam os já depauperados orçamentos dos departamentos de Artes e Humanidades, e consideram supérfluos e ociosos todos os saberes que não se concretizem numa estrita techné.

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