Depois de teres sido apanhado, muito leúdo a perleúdo, a falar da Fenomenologia do Ser, de Sartre, ainda pensei em pedir ao Pierre
Bayard que escrevesse um livro intitulado Como
Falar dos Livros que não Existem? Se bem me lembro, dizia a
Agustina que a erudição em política é uma virtude ociosa, por isso, caro Pedro,
nada de leituras fornidas e sortidas, nada de Sartre ou Hegel, nada de
Bernstein ou Voltaire à compita com o Sócrates. Recentemente, depois de
renegares o baptistério da JSD e a austera apostasia liberal, voltaste à fé e crismaste-te social-democrata, e é por isso que te proponho, tão-somente, um
módico de conhecimento histórico a partir do nono capítulo do livro Pensar o Século XX, de Tony Judt. O
capítulo intitula-se A Banalidade do Bem:
o Social-Democrata, e deves lê-lo como o Thomas Bernhard diz que devemos ler qualquer livro: instala-te nele “como numa paisagem, numa estrutura
de um estado”, num quadro. Se lá não couberes, faz o que sempre fizeste:
desarreda ou muda a moldura.
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